Polêmico, falastrão, sincero, cheio de energia, apaixonado, nada humilde, dono de uma técnica espetacular e de uma bagagem musical enciclopédica, Ricardo Guedes era daqueles caras que não deixava as pessoas indiferentes. Ele era, afinal, uma pessoa especial, e pessoas assim podem causar mil reações, menos a indiferença.
Ricardo Guedes morreu no final da noite desta segunda-feira (14), em São Paulo. A causa ainda não é certa, falou-se em AVC e também em “mal súbito”.
Se você é DJ, curte dance music e/ou gosta de sair para dançar, tem muito a agradecer ao Guedes. Ele é um dos caras que ajudaram a erguer as fundações de todo esse mundo que hoje achamos tão normal.
Desde os 18 anos, quando começou a trabalhar com música, Guedes foi um soldado dedicado da música, promovendo festas, fazendo programas de rádio (incluindo o histórico Esquentando os Pratos, ótimo nome que é uma prova do seu sarcástico senso de humor), remixando artistas como Madonna, RPM e Simply Red, lançando coletâneas mixadas, produzindo faixas próprias, tocando sets incríveis e sendo esse defensor desbocado e passional da boa música.
Ricardo Guedes era um DJ de grande popularidade. Pergunte seu nome a quem saía à noite em São Paulo entre os anos 80 e 90, dos Jardins à Zona Leste. Todo mundo sabe quem foi o Guedes.
“Dei minha vida por isso, papai do céu falou: ‘Você vai morrer pobre, mas vai virar pra caralho’. É isso que eu sei fazer e é isso que vou morrer fazendo”, contou ele no livro de Claudia Assef, Todo DJ Já Sambou.
E foi praticamente isso que aconteceu: dois dias antes de falecer, Guedes estava virando discos.
No comments:
Post a Comment